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O INÍCIO DOS TRABALHOS: Março/87.
Num regime de cooperativa (funções,
custos, perdas e/ou lucros bem divididos), foi estipulado
um prazo (maio/87) para a estréia do espetáculo
Azul Banana (posteriormente Abafabanca),
mesmo sem haver ainda texto pronto, diretor ou pauta
em teatros.
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Jogos dramáticos, improvisação
e criação de cenas que mais tarde
viriam a ser escritas pelo grupo. |
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Ao final de março, com vários
textos escritos pelos membros do grupo, além
de textos de amigos (Filinto Coelho, Aninha
Franco) que chegavam a cada ensaio, os esquetes
que comporiam a primeira montagem estavam definidos,
bem como a idéia de vinhetas:
como forma de inovar a linguagem cênica
na ligação dos seis esquetes.
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Sem
dispor de recursos para pagar as despesas com
o diretor e na tentativa de inovar mais uma
vez, a companhia convidou um time de cinco diretores
a participar da iniciativa (Fernando Guerreiro,
Luiz Marfuz, Hebe Alves, Paulo Dourado e Rita
Assemany), dando a cada quadro do espetáculo
uma possibilidade de encenação. |
O ESPETÁCULO: O projeto final
e completo para captação de recursos
só ficou pronto um mês antes da estréia
da montagem que, na época, se chamava Abafabanca
(nome de um sorvete caseiro típico no verão
nordestino) e que, além de apresentar a nova
companhia, trazia a público três grandes
inovações à cena teatral de Salvador:
trazer o gênero besteirol à
cidade, ser um grupo composto somente por homens
e ter na direção vários
diretores.
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A estréia? Dia 04 de junho de 1987. O
local? Um espaço adaptado para um teatro
e anexo a um bar de músicos de jazz –
o Ad Libitum (improviso). Tempo previsto para
a temporada? Um a dois meses. |
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Abafabanca, em sua primeira
versão, ficou em cartaz por quase um
ano (1987/1988). Duas novas versões foram
feitas: em 1988 Abafabanca na praia
e, em 1990, Abafabanca no Verão
Patife, com novas cenas, vinhetas,
cenários e participação
de dois novos atores: Ricardo Castro e Frank
Menezes. |
1988
Em meados daquele ano, os atores da Cia. Baiana já
conseguiam perceber os erros e acertos entre a criação
e a temporada de seu primeiro espetáculo.
O regime interno de cooperativa ainda funcionava,
mas cada ator necessitava ter uma outra atividade
profissional para garantir sua subsistência.
Após quase um ano em cartaz, Abafabanca
era considerada um sucesso, mas não garantia
o pagamento das despesas e nem lucros na mesma medida.
Faltava aos “patifes” transformar
em profissão a atividade que desenvolviam
no e para o palco.
Do time de diretores colaboradores, Fernando Guerreiro
foi o que mais se identificou com o humor dos atores,
transposto das reuniões e ensaios para a cena.
Guerreiro foi convidado pelo grupo a dar continuidade
na direção e foi por meio dele que os
atores tiveram contato com os textos que comporiam
a nova montagem. Os três esquetes iniciais,
apesar de autores distintos (Mauro Rasi, Miguel Magno
e Ricardo de Almeida), tinham o universo do teatro
como assunto e um quarto esquete havia sido escrito
pelos próprios ”patifes”
(Vapor Barato).
Numa divertida, mas exaustiva reunião, mais
de 50 títulos foram sugeridos para o novo espetáculo
(Cashemiere Bouquet, Cashemiere Por quê? etc)
e, ao final, A Bofetada foi o nome
escolhido para o que viria a ser a montagem que levou
a Cia. Baiana de Patifaria à sua profissionalização
algum tempo depois.
Mais uma vez sem patrocínio, a Cia. Baiana
decidiu bancar os custos da nova peça, que
teve produção mais bem cuidada que a
primeira, e a Contraponto Produções
foi contratada para cuidar de cada detalhe, sob a
supervisão do grupo.
A Bofetada estreou em 24 de novembro
de 1988 na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (com
apenas 120 lugares) e, no verão de 1989, já
era tido como um marco da recente história
do teatro baiano, com lotações esgotadas
com antecedência e sessões extras para
atender à demanda de público. A primeira
versão de A Bofetada gerou
excelentes críticas na imprensa nacional, ficando
em cartaz por quase seis anos, e principalmente promovendo
uma mudança radical no comportamento do público
em Salvador e no interior do estado da Bahia, sendo
prestigiada por um público que, antes dela,
preferia freqüentar espetáculos visitantes,
com atores da TV.
Com novas versões, diferentes elencos e ao
longo dos 20 anos da Cia Baiana de Patifaria, A
Bofetada atingiu a marca de mais de 500.000
espectadores, conquistou platéias em mais de
1.700 apresentações em 47 cidades do
país, incluindo longas temporadas no Rio de
Janeiro (teatros: Ipanema, Leblon, das Artes, Vila
Lobos. Carlos Gomes) e São Paulo (teatros:
Bixiga, Mambembe, Imprensa e Cultura Artística).
1994/1998
Uma
semana após a última apresentação
de A Bofetada, no Teatro Nacional
de Brasília, em agosto de 1994, os “patifes”
deram início aos trabalhos para a terceira
montagem. Os atores Moacir Moreno e Lelo Filho, que
desde 1992, tinham como colega de cena em A
Bofetada o ator paulista Wilson de Santos,
receberam dele uma sugestão para o novo texto
a ser encenado. Wlson havia visto a montagem
Noviças Rebeldes, dirigida por Wolf
Maya, com elenco feminino de estrelas da TV, e sempre
desejou montá-lo.
Após várias sessões de leitura
da peça, faltavam-lhes os direitos autorais
da adaptação de Flávio Marinho
para o texto Nunsense, do americano Dan Goggin.
O diretor de novelas da TV Globo e de musicais famosos
Wolf Maya foi sondado para a liberação
do texto, já que detinha os direitos no Brasil.
Tendo assistido ao espetáculo A Bofetada
no Teatro Ipanema, anos antes, Wolf decidiu
dirigir as Noviças Rebeldes
dos “patifes” com as seguintes
condições: a de que os atores se preparassem
tecnicamente para a empreitada e que a produção
estivesse à altura de um musical da Broadway.
Após a perda trágica de um dos seus
fundadores, o ator Moacir Moreno, durante o período
de ensaios, a Cia. Baiana passou por uma transformação
interna com novo registro comercial: Teatro de Comédia
Produções Artísticas, sendo dirigida,
a partir daquele momento, pelo ator Lelo Filho.
Após exaustivos cinco meses de preparo, entre
aulas de canto, sapateado, balé clássico,
coreografias e texto, Noviças Rebeldes,
terceiro espetáculo do repertório, renovou
o humor da Cia. Baiana através da comédia
musical e apresentou ao público dois novos
“patifes”, os atores Diogo Lopes
Filho e Beto Mettig.
Noviças Rebeldes estreou em
janeiro de 1995 com produção de Ana
Paolilo e Sean O’Flynn e contou com o primeiro
patrocínio (Telebahia/Lei Alfaya) conseguido
pela Cia Baiana, permanecendo em cartaz em Salvador
por um ano inteiro e viajando, nos três anos
seguintes, por mais de 25 cidades do Brasil. Em novembro
de 1997, o espetáculo foi apresentado durante
duas semanas no St Clement Theatre, na Rua 46, circuito
off Broadway, em Nova York.
1997
No verão de 97, a turnê de Noviças
Rebeldes foi interrompida por uma razão
especial. A Cia. Baiana completava dez anos e, para
atores e produção, a ocasião
merecia uma celebração especial. Assim,
foi produzido 3 em 1, o espetáculo
que reunia esquetes das três primeiras montagens
em um só espetáculo, atraindo 35.000
pessoas durante três meses.
2001
A partir de 2001, a Cia. Baiana decidiu ampliar seu
repertório realizando um plano antigo de montar
um espetáculo dirigido ao público infanto-juvenil.
Assumindo pela primeira vez a direção
artística de uma montagem, o ator Lelo Filho
convidou para a co-direção a atriz e
diretora Fernanda Paquelet e, com subtítulo
de um musical para todas as idades, A
Vaca Lelé, a partir do texto de Ronaldo
Ciambroni, estreou em setembro de 2001, atraindo um
público de 40.000 espectadores. Em sua nova
formação, a Cia. trouxe à cena,
pela primeira vez, duas atrizes no elenco.
2002
Após
a boa receptividade de público e crítica
com A Vaca Lelé e com a nova
meta de somar aspectos mais sociais às suas
montagens, sem perder de vista o bom humor contido
na escolha dos textos, Capitães da
Areia, a sexta montagem do repertório,
se tornou mais uma bem-sucedida parceria profissional
entre os diretores Lelo Filho e Fernanda Paquelet.
A investida em outro gênero foi feita sobre
um texto que reúne denúncia social e
humor, tão presentes na obra de Jorge Amado.
A montagem, que comemorou os 15 anos da Cia. Baiana
de Patifaria, apresentava as narrações
do texto através da voz da cantora Maria Bethânia.
Capitães da Areia reuniu um
elenco de 13 atores durante um ano de apresentações
e turnê pelo interior do estado da Bahia.
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